Curso dará eficácia à atuação do Judiciário no combate às drogas

Curso dará eficácia à atuação do Judiciário no combate às drogas

21/03/2012 - 12h08

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto, destacou nesta quarta-feira (21/3), ao abrir capacitação destinada a magistrados e servidores dos tribunais, que a cooperação entre diferentes órgãos púbicos e setores da sociedade dará maior eficácia à atuação do Poder Judiciário no combate ao uso de drogas. O curso à distância, aberto em cerimônia realizada na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília (DF), vai capacitar integrantes do Judiciário no atendimento a usuários e dependentes de drogas.

O objetivo é garantir a criação de equipes multidisciplinares em juizados especiais criminais e varas da infância e juventude, com a participação de assistentes sociais e profissionais da saúde especializados no tratamento da questão, como psicólogos e psiquiatras.“O Judiciário se abre à cooperação com aqueles profissionais que detêm os conhecimentos técnicos que nos faltam, assim, a Justiça cumprirá melhor sua função”, afirmou o ministro Ayres Britto.

A capacitação é resultado de uma parceria entre o CNJ e a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, do Ministério da Justiça. A iniciativa busca garantir o cumprimento dos Provimentos 4 e 9 da Corregedoria Nacional de Justiça que definiram medidas a serem adotadas pelos tribunais na atenção e reinserção social dos usuários de drogas.

“Pela primeira vez o Judiciário está sendo chamado não para solucionar conflitos, mas para se preparar para a aplicação da legislação”, destacou a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, se referindo à nova Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), que reconheceu a distinção entre usuários e traficantes, prevendo tratamento e penalidades diferenciadas para cada um desses crimes.

Segundo ela, hoje o magistrado precisa estar preparado para interpretar os direitos levando em conta as necessidades sociais, ouvindo outros atores em uma atuação integrada. “Não somos agentes estatais, somos agentes de cidadania”, reforçou. Para a ministra, esse projeto contribuirá para que governo, Judiciário e sociedade enfrentem o problema das drogas de forma mais eficaz.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também presente na abertura do curso, chamou atenção para a amplitude do problema, que envolve questões de saúde e segurança pública, ressaltando a necessidade de uma ação conjunta de diferentes órgãos do Estado. Para o ministro, diferenciar o traficante do usuário de drogas, conforme estabelece a legislação, é fundamental na definição de políticas públicas. “Embora a lei afirme essa distinção, nós operadores do direito confundimos e o preconceito passa a ser obstáculo para que a mensagem legislativa seja cumprida”, afirmou Cardozo. Segundo ele, os profissionais do Direito devem ter humildade para ouvir outras áreas de conhecimento e aprimorar o combate às drogas. 

 

Mariana Braga
Foto/Fonte: Agência CNJ de Notícias

Notícias

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding

Planejamento sucessório: o risco da inércia da holding No universo do planejamento sucessório, a ferramenta que certamente ganhou mais atenção nos últimos tempos foi a holding. Impulsionada pelas redes sociais e por um marketing sedutor, a holding tornou-se figurinha carimbada como um produto capaz...

Bloqueio de imóvel pela Justiça agora é seletivo: veja o que mudou

Bloqueio de imóvel pela Justiça agora é seletivo: veja o que mudou Novo sistema dos cartórios permite aos juízes escolher os bens de acordo com o valor para serem bloqueados, cobrindo apenas o valor da dívida Anna França 30/01/2025 15h00 • Atualizado 5 dias atrás O avanço da digitalização dos...

Extinção de processo por não recolhimento de custas exige citação da parte

Recurso especial Extinção de processo por não recolhimento de custas exige citação da parte 26 de janeiro de 2025, 9h52 O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte manteve a decisão de primeiro grau. Os autores, então, entraram com recurso especial alegando que deveriam ter sido intimados...